Arte pernambucana ajuda agentes populares ambientais a defender unidade de conservação

Quem nunca se encantou com o teatro de mamulengos? A manipulação de fantoches é uma marca do Nordeste e marcou a infância de muitos e, agora, essa ideia será usada para educar os visitantes e população do entorno do Refúgio de Vida Silvestre Matas (RVS) Sistema Gurjaú. O minicurso de Arte-Educação Ambiental foi direcionado aos agentes populares ambientais do Projeto Formação de Agentes Populares Ambientais – RVS Gurjaú e foi realizado, nos dias 6 e 13 de novembro, na sede administrativa da área.

Ministrada pelos arte-educadores Roberto da Paz e Marcella Rodrigues, o minicurso teve um momento teórico sobre a origem, evolução e atuação dos mamulengo no Nordeste e em Pernambuco. Logo em seguida, os nossos defensores da Unidade de Conservação colocaram a mão na massa, quer dizer, nos materiais recicláveis. Os participantes aprenderam como fazer fantoches com materiais recicláveis e como podem criar histórias que educam e transformam a partir de personagens.

Por conta dos protocolos relacionados à covid-19, a capacitação foi dividida em duas turmas. A agente popular ambiental Juliana Silva participou da primeira turma e gostou bastante da formação. Ela está bem animada e já pensa como utilizar esse conhecimento para educar as pessoas sobre criação de animais silvestres, caça, corte de árvores, uso de agrotóxicos nas plantações e mostrar aos visitantes e moradores do entorno a problemática que esses manejos trazem ao meio ambiente. “O descarte do lixo é uma questão que precisa ser dialogada com a comunidade, porque há o descarte incorreto do lixo, é frequente e continua a crescer”, acrescentou.

Para Stela Caroline, bióloga e educadora Ambiental na Secretaria Executiva de Meio Ambiente do Cabo de Santo Agostinho, o minicurso foi muito especial. “O mamulengo é lúdico demais! Eu amei! Aprendi que o mamulengo é algo culturalmente nosso e que dá pra criar o personagem que quiser com garrafinha pet, rolo de papel higiênico, jornal, cola e tinta!”, confessa a Stela, que participou da segunda turma.

A atividade tinha como objetivo capacitar os novos agentes populares para o trabalho de Educação Ambiental na área, mas, para Stela Caroline, o conhecimento irá além. “A formação de agentes em si é algo transformador, porque engloba não só profissionais da área, mas pessoas do entorno que são consideradas líderes das comunidades. Isso é muito importante em uma gestão participativa! O resultado dessa formação não será só aplicado no Refúgio e na nossa caminhada profissional, mas também para nós mesmos como pessoa”, ressaltou a bióloga.

Projeto – O Projeto Formação de Agentes Populares Ambientais – RVS Gurjaú é realizado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). A ação é desenvolvida pela Associação Águas do Nordeste (Ane), com os recursos da Compensação Ambiental.

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